As cardiopatias congênitas são malformações estruturais e funcionais do coração determinadas geneticamente ou por alterações durante a sua formação e desenvolvimento.
Nossa equipe tem mais de 20 anos de experiência no diagnóstico e tratamento transcateter de cardiopatias congênitas.
Existem diversos cenários em que a intervenção por cateter é importante nas cardiopatias congênitas.
Os principais são:
Oclusão de Canal Arterial Persistente
O canal arterial é uma comunicação entre a aorta e as artérias pulmonares, importante na vida intrauterina. Após o nascimento, o canal arterial normalmente se fecha sozinho.
Quando o canal arterial não se fecha, ele é chamado de canal arterial patente (ou persistente). O canal arterial persistente pode ocasionar sobrecarga das câmaras esquerdas do coração e fluxo aumentado nas artérias pulmonares.
Nesses casos está indicado o seu fechamento, que pode ser feito com uma “mola” chamada coil, ou com uma prótese especial.
Tratamento por Cateter de Coarctação de Aorta
A coarctação de aorta é um estreitamento que ocorre geralmente na porção inicial da aorta descendente. Esse estreitamento pode ocasionar hipertensão arterial, dor de cabeça, dor no peito e insuficiência cardíaca em fases avançadas.
Hoje o tratamento por cateter da coarctação de aorta é realizado com implante de stents na maioria das vezes, dilatando a região estreitada e permitindo fluxo normal para os segmentos distais da aorta.
Angioplastia de Artérias Pulmonares
Existem cardiopatias congênitas que cursam com redução do calibre das artérias pulmonares, dificultando o fluxo de sangue para os pulmões. Entre elas podemos citar tetralogia de Fallot, atresia da valva pulmonar e pós operatório de cirurgia de Jatene (cirurgia para correção da Transposição dos Grandes Vasos).
A avaliação por cateter permite confirmar a gravidade das estenoses das artérias pulmonares. O tratamento dessas obstruções é realizado com balões e stents, dilatando as estenoses e normalizando o fluxo nas artérias pulmonares.
Atriosseptostomia
Existem cardiopatias congênitas que exigem uma intervenção precoce, nos primeiros dias de vida. O maior exemplo é a Transposição dos Grandes Vasos.
Nessa cardiopatia é fundamental que o sangue do átrio direito se misture com o sangue do átrio esquerdo até que seja feita a correção cirúrgica definitiva.
Caso a comunicação entre os átrios seja pequena, é necessário fazer uma ampliação dessa comunicação com um cateter-balão, procedimento conhecido como atriosseptostomia com a técnica de Rashkind.
Valvoplastia Aórtica
Durante a formação do coração no período intrauterino podem ocorrer alterações que causam obstrução ao fluxo de sangue entre o ventrículo esquerdo e a aorta. Quando a obstrução acontece na valva aórtica, temos a estenose aórtica congênita.
Uma alteração comum que pode estar associada à estenose aórtica é a valva aórtica bicúspide, situação em que a valva apresenta apenas 2 folhetos ao invés dos 3 folhetos que caracterizam a valva aórtica normal.
A valvoplastia aórtica consiste em dilatar a valva com balões a fim de minimizar a obstrução ao fluxo, diminuir a pressão dentro do ventrículo esquerdo e evitar (ou adiar) a necessidade de troca da valva aórtica.
Valvoplastia Pulmonar
A estenose valvar pulmonar é uma das cardiopatias congênitas mais comuns. Consiste na obstrução da valva pulmonar, restringindo o fluxo de sangue do ventrículo direito para as artérias pulmonares. Em situações graves a criança pode apresentar baixa saturação de oxigênio devido ao baixo fluxo pulmonar.
Nesses casos a valvoplastia pulmonar pode ser necessária nos primeiros dias ou semanas de vida. A valvoplastia pulmonar consiste na dilatação da valva com um balão visando melhorar o fluxo de sangue para as artérias pulmonares e diminuir a pressão no ventrículo direito.