O que é a Oclusão Percutânea de CIA?
Procedimento minimamente invasivo para oclusão de comunicações interatriais do tipo ostium secundum. A comunicação interatrial (CIA) é um defeito cardíaco congênito em que não ocorre a formação completa da membrana que separa os átrios direito e esquerdo. Existem 4 tipos de CIA, classificadas de acordo com a posição do defeito no septo interatrial. A mais comum é a CIA tipo ostium secundum, sendo a única com possibilidade de fechamento por cateter. Este procedimento apresenta uma taxa de sucesso acima de 95%, e é considerado o tratamento de escolha para a CIA tipo ostium secundum com indicação de fechamento.
Nosso grupo tem grande experiência neste procedimento, com mais de 440 dispositivos implantados desde 2002.
Como é realizado?
Deve ser realizado em ambiente hospitalar e sob anestesia geral. Durante a anestesia é realizado o ecocardiograma transesofágico, em que o ecocardiografista insere cuidadosamente uma sonda através da boca e a posiciona no esôfago do paciente. O ecocardiograma transesofágico permite uma melhor visualização da comunicação interatrial.
Na maioria dos casos o procedimento é realizado através de punção da veia femoral direita. Cruza-se a CIA com um guia e um cateter. Pode-se medir o diâmetro da CIA com auxílio de um cateter balão.
Com base no diâmetro do defeito, é escolhida a prótese para fechamento da CIA. A prótese oclusora é feita de uma liga metálica especial que permite que ela seja entregue ao seu destino através dos cateteres. Ela é formada por dois discos (direito e esquerdo) e um corpo central chamado de cintura. A prótese é levada até o átrio direito com auxílio de um cateter especial e o disco direito da prótese é aberto. A prótese é trazida de encontro ao septo interatrial e o disco esquerdo é aberto no átrio esquerdo. Após o ecocardiograma transesofágico confirmar o posicionamento da prótese, ela é liberada de seu cabo.
O ecocardiografista tem um papel importante durante o procedimento, confirmando que a anatomia da CIA seja favorável para o fechamento por cateter, auxiliando na medida do tamanho do defeito e guiando o implante da prótese.
Ao final do procedimento o paciente é extubado na sala do exame e fica internado até o dia seguinte. Antes de receber alta, é realizado um ecocardiograma transtorácico para confirmar que a prótese está bem posicionada.
Nesse procedimento não é necessário o uso de contraste, minimizando o risco para os pacientes com insuficiência renal.
É possível realizar a oclusão por cateter da maioria das CIAs tipo ostium secundum, inclusive nos casos em que a CIA apresenta várias fenestrações, as chamadas CIAs multifenestradas.
Quem compõe a equipe que fará o procedimento?
Além de todos os profissionais envolvidos no atendimento inicial e admissão, na sala de hemodinâmica estarão presentes os técnicos de enfermagem, a enfermeira responsável pelo setor, os médicos cardiologistas intervencionistas e o médico anestesista.
Quais os riscos do procedimento?
A oclusão percutânea da comunicação interatrial é um procedimento seguro. A ocorrência de complicações está principalmente relacionada à possibilidade de deslocamento da prótese ou formação de coágulos sobre a prótese. Outras complicações possíveis estão relacionadas ao local de punção da veia femoral e à ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Todas essas complicações são raras e na maioria das vezes podem ser identificadas dentro do período em que o paciente ainda está no hospital.
